quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Um Dia de Anos

O dia de aniversário é sempre um dia especial, mas chega uma certa altura da vida em que estamos tentados a esquecer que lá vai mais um.

Este ano passei o aniversário em Moledo do Minho, local maravilhoso onde tenho a felicidade de ter uma casa e lá passar uns belos dias de férias quase todos os anos.

Não sonhava sequer ir pescar nesse dia, primeiro porque o mar parecia um lago, e depois porque ao amanhecer a maré estaria completamente vazia. Acordei no entanto às 6.00 horas sem saber bem porquê, e como já não tinha sono lá me levantei e peguei no material de pesca decidido a pelo menos ir experimentar umas amostras.

Fui pelo paredão fora para Sul, desci à areia e encaminhei-me para as pedras do Portinho. Ondinhas de meio metro desfaziam-se pacificamente nas pedras de fora espraiando a sua espuma pelos 30 ou 40 metros que as separam de terra. Eram 6.35 horas da manhã quando lá cheguei e me sentei a observar o mar e 3 companheiros que por ali perto se dedicavam a corricar com buldo para fora da baía.

Para dentro da baía a que chamam Portinho e até às tais pedras de fora que na baixa mar ficam mesmo fora de água, a altura da água não excederia os 60 centímetros e como tal decidi colocar uma Sammy da Lucky Craft na linha e entreter-me a trabalhá-la um bocado.

Lancei-a para lá das pedras e ponteira para lá, ponteira para cá, pequenos toques laterais, lá a fui trazendo pela espuma. E de repente, zás, um robalo ferrado em 0.5 metro de água. Nem o vi atirar-se á amostra. Como sempre, o pleno gozo de ver a Shimano Catana toda dobrada como se de um peixe de 10 kilos se tratasse.

Saco com ele, novos lançamentos para o mesmo sitío e sensivelmente uma meia hora depois ferro outro. Este vi-lhe bem a lombada brilhante a atirar-se á amostra. Era maiorzinho, deu um pouco mais de luta mas de nada lhe valeu e acabou também por ir parar ao saco.



Entretanto os companheiros do corrico lá se foram chegando e lançando também para dentro da baía. 7.30 horas da manhã, demasiada gente, decidi que já chegava. Arrumei o material com um sorriso e uma sensação de paz e tranquilidade , despedi-me dos companheiros e 15 minutos depois estava na Padaria de Moledo a beber galões e a comer pão quente com manteiga e Bolas de Berlim.



O Mar tinha-me dado a sua prenda de aniversário.



E no dia seguinte honrei essa oferenda com toda a dignidade, bem escalada e salgada, num almoço fabuloso.





É bom viver assim.