A promessa latente de voltar ás águas interiores em busca do magnifico Achigã não ficou esquecida e umas semanas após a primeira tentativa, lá estavamos de novo, desta vez bem mais a Sul. Nenhum de nós conhecia a Barragem em causa em termos de pesca, mas agora com mais umas luzes, já sabia bem o que procurar e para onde queria ir.
Era ainda noite fechada quando paámos o carro e demos inicio à montagem calma e cuidada dos materiais. Madrugada de Verão em que nem uma leve brisa agitava os ramos das árvores e arbustos, temperatura já nos 22º que era como que um aviso do dia abrasador que se seguiria.
Vasculhando a minha (ainda pobre) caixa de amostras, lá optei por um Pop'n Image jr. de tons verdes.
Cana Extreme 6'6'' MH, carreto Shimano Nexave 2500 com Trilene 0.24, e a amostra acima descrita, tudo pronto e aguardar o nascer do dia.
Despontava a claridade lá do lado Leste da Barragem quando calmamente fui entrando na água - morna - até meio das pernas e fiz o prmeiro lançamento. Não vi onde caíu a amostra, mas pouco depois lá comecei a ouvir o "bloop" "bloop" "bloop" que acompanhava o movimento da minha ponteira. E de repente o tão almejado "splash" na superficie e a tensão na cana. Era o meu primeiro Achigã. Ferrei-o bem e lá veio com alguns saltos de permeio até junto a mim.
Era um peixe de pouco mais de palmo, mas que me encheu de satisfação. Afinal era o primeiro.
Apartir daí foi um frenesim. Era o dia deles e até o Sol se levantar bem por cima do monte na outra margem da barragem, lá foram saindo uns atrás dos outros, loucamente atraídos por aquele pequeno popper verde
Uns maiores outros mais pequenos, outros redondamente falhados no momento crítico da ferragem, outros ainda que se libertavam da fateixa com esplêndidos saltos. Pouco me importei que se soltassem, pois ficam-nos para sempre marcados na memória esses momentos.
Estes peixes são uma verdadeira admiração, grandes acrobatas, lutadores destemidos, pequenos no seu palmo e meio mas com seis palmos de vitalidade. É o gozo total.
A paz e o sossego total que rodeia estas massas de água faz-nos concentrar completamente no "bloop", "bloop", "bloop" do popper e os olhos arregalam-se com a violência dos ataques. Nas águas absolutamente imóveis do amanhecer vê-se o rasto na água em direção à amostra. Lindo.
E o Pop'n Image jr. continuava a despertar-lhes o apetite e a virem tirar uma foto, tendo sempre presente que
estes valorosos adversários merecem sempre o nosso respeito na hora da derrota, voltando vivos e de boa saúde ao seu habitat, para crescerem e nos proporcionarem outras jornadas de prazer e divertimento.
O dia vai avançando e gradualmente deixam de se atirar ao Popper. É hora de mudar de amostra e tentá-los mais fundo onde se vão refugiando do Sol abrasador e dos 28º que ás 9.00 horas já se fazem sentir.
O meu companheiro opta pelos vinis, uma worm,
e eu opto por um Spinnerbait da Booyah. Nesta fase ainda ainda sofria de alergia aos vinis.
Era um daqueles dias em que fosse lá o que fosse que je atirásse à água, o peixe gostava. Estavam em plena actividade e o Spinnerbait continuou a facturar.
uns atrás dos outros,
e até o meu companheiro decidiu tentar a sua sorte com eles.
Muito para além de uma magnífica pescaria, fica um local paradisiaco e um dia inesquecivel.
E qundo nos perguntamos:
"O que será que nos move? O que será que nos faz levantar da cama ás 3 da matina, fazer centena e meia de quilómetros ainda com a "ramela" no canto do olho, para ir à pesca?
Basta então abrir o livro das memórias, e nas palavras e nas imagens acima impressas encontramos a noss resposta.
Neste mesmo dia ficou definitivamente enraízada uma nova paixão: O Achigã