sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Spinning - As Amostras

Existem milhares de modelos multiplicados por dezenas de cores de centenas de fabricantes. Uns são excelentes pescadores na água, outros pescam-nos a nós nas Lojas.
Este é um tremendo dilema para quem se quer iniciar nesta técnica de pesca.
Um factor determinante nas nossas escolhas é a qualidade da pintura e da construção da amostra e a fiabilidade e qualidade dos seus anzóis que deveremos preferir em aço inoxidável. Deve-se sempre verificar se nas embalagens está mencionado "Saltwater".
A caixa de amostras deverá contemplar um variado leque de cores e tamanhos com vista a enfrentar situações diversas, quer climatéricas (luminosidade, correntes, marés, vento, chuva) quer do tipo e tamanho de peixe que vamos encontrar.


Crankbaites e Jerkbaits

O crankbait é um dos mais utilizados na pesca de mar. Se a pala dos crankbaits facilita a acção natatória destes artificiais, nos jerkbaits também usualmente chamados "Minnows" é o pescador que de várias formas lhes imprime acção com a ponteira da cana ou com movimentos do pulso. A mais clássica das acções é a recuperação com pequenos puxões, com a ponteira baixa e com amplos e secos movimentos de pulso. De vez em quando pequenas paragens, e recuperação de novo.
Nos crankbaits podemos distinguir três tipos pelas suas distintas acções natatórias:

Runners : Pala curta e bem inclinada e nadam a profundidade de até 2 metros

Medium Divers : Pala mais comprida mas igualmente inclinada e que nadam até aos 3,5 metros


Deep Divers : Pala comprida e quase sem inclinação e que nadam a mais de 5 metros

Exceptuando meia dúzia de incursões aos achigãs com amigos doentes deste tipo de pesca, nunca utilizei crankbaits, e não tendo qualquer experiência na sua utilização, não me irei debruçar sobre eles.

Das minnows há a dizer que a popularidade e efectividade deste tipo de amostra são inquestionáveis graças á sua facilidade de utilização, e são sem dúvida as ideais e mais procuradas pelos pescadores que se iniciam na técnica do spinning.

Conforme a atitude que assumem na água quando paradas, podem ser flutuantes se vêm á superfície quando deixamos recolher linha, suspensas se se mantêm na profundidade em que estavam, afundantes se deslizam para o fundo.

Como frisei no inicio deste artigo, se algumas já deram provas irrefutáveis da sua efectividade, outras por muito bom aspecto e qualidade de fabrico que tenham, ainda terão que dar provas da sua valia.

Na minha caixa de amostras existem desde as mais populares até às mais obscuras, daquelas se compram por impulso ou conselho, e que quase nunca uso. Será talvez por isso que não têm oportunidade de provar o seu valor. Como diz um amigo meu "a melhor amostra da minha caixa é aquela que passa mais tempo na água".

Lucky Craft Flashminnow 130






Lucky Craft Flashminnow 110






Daiwa Saltiga




Yo-Zuri Cristall Minnow




Rapala X-Rap




Strike Pro


Daiwa Team Bass Hunter


Rapala Magnum


Maria Angel Kiss



Abu Garcia Terminator e Tormentor



Yo-Zuri Hydro Magnum


Várias





Poppers e Passeantes


O mais importante nos poppers é que "pope" bem, isto é, que seja bastante ruidoso e quanto mais exagerados forem os "pops" melhor. Devemos escolher os de face ampla e plana que são efectivamente os mais ruidosos. Quando falo em ruído, refiro-me não só ao sentido real da palavra, como ao "splash" e bolhas de ar que a amostra cria na água quando trabalhada.






Estas amostras geralmente possuem bolas de metal no seu interior, que para além de lhes darem peso facilitando os lançamentos, produzem ruídos que fazem despertar o interesse ou o incómodo dos predadores e motivando os ataques.




Comparando a utilização destas amostras num rio ou barragem de águas calmas e silenciosas, com a sua utilização no mar com o barulho das ondas, do refluir do mar, do vento, depressa chegamos à conclusão de que se a nossa amostra quer atrair um peixe lá do fundo, tem mesmo que ser ruidosa.

Trabalhar bem estas amostras requer alguma prática nos movimentos ritmados do pulo e da ponteira da cana. Há duas formas típicas de o fazer, o "twitching" e o "walking the dog".

A primeira técnica tanto para Poppers como para Passeantes consiste em, com a ponteira da cana em baixo e em direcção aos nossos pés, aplicar 3 ou 4 toque rápidos em recuperação seguidos de paragem, de forma a fazer com que a amostra baixe e levante a cabeça fazendo o tal "splash", criando bolhas de ar e levantando salpicos de água.


A segunda técnica, talvez a mais popular e eficaz, o Walking The Dog consiste em fazer com que a amostra efectue um movimento em zig zag com rápidos movimentos do pulso da esquerda para a direita - da direita para a esquerda, sempre na direcção do pescador. e seguidos de pequenas paragens. Estas paragens são de extrema importância, pois é no arranque de nova série de movimentos que geralmente o peixe ataca a amostra.



Os Passeantes devido aos seus movimentos erráticos e ondulantes na superfície, permitem uma adaptação da técnica Walking The Dog com movimentos laterais mais amplos, espaçados e ondulantes.


Esta técnica é geralmente mortal para os robalos.


Quem se inicia nesta técnica ou já iniciados mas que nunca tenham utilizado poppers e passeantes, deverá ir para um local de águas paradas e limpas, sem vento (um rio, uma barragem ou açude, até uma piscina), e praticar aí para poder ver com perfeição a atitude da amostra em função dos movimentos que lhe são imprimidos.

No mar e nas condições em que geralmente se pesca, muita espuma, muita agitação, ondas, vento, e até de noite, é virtualmente impossível ver a amostra a trabalhar e portanto quem não souber na perfeição o que está a fazer, sem ver, só por mero acaso apanhará um peixe.

Quanto ás cores a utilizar, e elas existem às dezenas ou centenas se contarmos com as cambiantes, segue-se o principio de há muito aceite: águas claras, céu limpo requerem amostras claras. Águas tapadas, céu nublado ou de noite requer amostras escuras. Também se soubermos o que o peixe anda a comer naquele local, poderemos dar-lhe a amostra que mais se assemelhe à sua presa real.


Para terminar existem outros tipos de amostras como os Hélices e os Chuggs mas que nunca utilizei, não tendo portanto qualquer opinião sobre eles.